Que tal beber chope à vontade por duas horas pagando um preço fixo de R$ 39,90?

A opção é oferecida no bar Frida, em São José do Rio Preto – SP (438 km de São Paulo), de terça a quinta-feira e aos domingos.

Ao chegar, o cliente que participa da promoção recebe uma pulseira para ser identificado pelo garçom, responsável por servir a bebida. O garçom marca na comanda o horário do primeiro chope e, a partir daí, o cliente pode consumir por duas horas quantos chopes quiser. Não há limite.

A dona do bar, Malu Pontes, 40, diz que adotou a medida em agosto para atrair mais frequentadores nos dias em que tradicionalmente o movimento é mais fraco. “A ideia foi dar um motivo para que as pessoas, especialmente as que gostam de beber, venham para o bar em dias não tradicionais.”

O resultado foi um aumento de 50% no fluxo de clientes e de 15% no faturamento –junto com o chope, os clientes acabam consumindo outros produtos. Não houve investimento adicional. A inspiração, diz, veio de observar promoções semelhantes em outros segmentos, no estilo “leve dois e pague um”. “Mas decidimos pelo horário fechado”, diz.

Fora da promoção, o chope de 300 ml custa R$ 6,99. A empresária prefere não informar faturamento e lucro.

Em SP, bar Brahma adota self-service e cartão pré-pago

Em São Paulo, o bar Brahma passou a oferecer chope self-service em outubro. O bar disponibiliza duas chopeiras em que o próprio cliente se serve de chope claro. Para isso, usa um cartão pré-pago, com carga mínima de R$ 150 e validade de 30 dias. O serviço está disponível todos os dias.

O gerente do bar, Alex Martins, 30, não revela quanto foi investido no sistema, mas diz que está satisfeito e que já encomendou outras três chopeiras para este ano. “Se o cliente não consumir tudo no mesmo dia, pode voltar e usar o mesmo cartão em outra ocasião. É uma forma também de fidelização”, diz.

Martins diz que o bar segue um padrão na hora de tirar o chope, com um limite de colarinho (espuma). “Por norma, não podemos mudar esse padrão. Mas há clientes que gostam de mais ou menos colarinho. Ao dar a opção de ele mesmo se servir, ele tira o chope da forma que preferir”, afirma. Os outros pedidos continuam sendo feitos diretamente ao garçom.

Outra vantagem para o cliente é o preço. Um copo de chope de 300 ml custa R$ 9,20. Ao usar o cartão pré-pago, o copo de 300 ml sai por R$ 8,37. O cliente pode tirar da torneira a quantidade de chope que desejar.

Tecnologia de SC inspirada nos EUA

O equipamento usado nas torneiras de chope do bar Brahma consegue medir exatamente quanto o cliente consome e calcula quanto deve ser descontado do cartão pré-pago. A tecnologia é da empresa catarinense myTapp, criada pelos irmãos Mateus, 27, e João Paulo Bodanese, 34.

A inspiração veio da Califórnia. Em 2014, João Paulo passou um período em San Diego e, ao visitar um bar, viu um equipamento similar ao que viria a desenvolver mais tarde com o irmão caçula.

O serviço começou a ser usado na região Sul, mas hoje já está em 12 Estados, com 470 torneiras. Ele não revela o número de estabelecimentos que implantaram o sistema.

A empresa vende uma licença para uso do sistema eletrônico, que custa R$ 2.200 por torneira de chope. Além disso, os bares clientes pagam um percentual sobre o volume de bebida vendido a cada mês usando o sistema.

É preciso manter qualidade do atendimento, diz consultor

Adriano César, consultor de negócios do Sebrae de Ribeirão Preto (SP), diz que “a promoção sistema de preço fechado dá ao cliente a autonomia de decidir quanto ele vai tomar. O cliente define antes quanto pode gastar, o que ajuda no controle do orçamento”, diz.

Outra facilidade é a rapidez no atendimento, pois elimina a figura do garçom, no caso do cartão pré-pago. O risco, diz ele, é esse tipo de promoção causar frustração no cliente. “A promoção de preço fechado pode atrair um volume grande de clientes, e o bar não dar conta de um atendimento satisfatório. Se isso acontecer, pode passar uma mensagem de ineficiência”, afirma.

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