Unicórnio é como são chamadas as startups avaliadas em 1 bilhão de dólares ou mais.
Para quem está imerso no mundo do empreendedorismo, o termo “unicórnio” já é um velho conhecido. É como são chamadas as startups avaliadas em 1 bilhão de dólares ou mais – quando o conceito foi criado, em 2013, essas empresas ainda eram raras e não somavam nem 40 em todo o mundo. Até março, a plataforma CB Insights contabilizava 326. O unicórnio é uma figura mitológica, mas já se tornou realidade no Brasil.
Em fevereiro, um levantamento da plataforma Distrito em parceria com a KPMG, apontou que o País contava com seis empresas unicórnios estabelecidas: 99, Nubank, iFood, Gympass, Stone Pagamentos e Arco Educação. Quatro delas têm entre seus fundadores pessoas formadas na USP.
Como uma universidade pública, que tem como pilares a pesquisa, o ensino e a ação junto à comunidade, consegue estimular seus alunos a criar produtos e serviços inovadores?
O Jornal da USP conversou com alguns destes criadores de unicórnios e traz um resumo das iniciativas que impulsionam o empreendedorismo entre os estudantes.
Quem são os criadores de unicórnios?
Cartão de crédito sem anuidade, aplicativo de transporte e serviço on-line para entrega de comida são inovações já presentes em todo o mundo e que, no Brasil, abriram oportunidade para o surgimento de startups bilionárias.
Todos os dez fundadores dessas empresas que fizeram sua formação na USP eram ou do curso de Engenharia ou de Administração. “Mas qualquer pessoa de qualquer área pode e deve empreender. Todos os ramos de atuação podem se beneficiar de inovação e de cabeças pensando diferente”, diz um dos criadores do 99.
Por que a USP é um celeiro de unicórnios?
Por dois anos consecutivos, 2016 e 2017, a USP foi considerada a universidade mais empreendedora do Brasil. Disciplinas e cursos na área, empresas juniores, bolsas para estruturar novos negócios, maratonas de programação e incubadoras de empresas são alguns exemplos de como a instituição estimula sua comunidade a criar e desenvolver ideias inovadoras.
Tudo isso envolto em um ambiente de pesquisa, no qual cientistas estão constantemente buscando soluções – de cada dez trabalhos científicos produzidos no Brasil, dois têm pelo menos um pesquisador da USP entre os autores.
Incubadoras e parques tecnológicos
Com unidades em Ribeirão Preto e São Paulo, a USP sedia locais que oferecem oportunidades para quem quer empreender. Os parques tecnológicos Cietec e Supera ajudam as empresas a transformarem pesquisa e ideias em produtos, oferecendo conhecimento e infraestrutura para que se desenvolvam. Há ainda as incubadoras. Elas procuram encurtar as etapas que compõem o caminho do empreendedor, desde o surgimento da ideia inicial até o sucesso do empreendimento.
Empreendedorismo social
A USP também está presente na Enactus, organização sem fins lucrativos representada em vários países do mundo. Ela tem como proposta estimular a liderança e o empreendedorismo em universitários. Os estudantes idealizam, desenvolvem e implementam projetos baseados em conceitos de negócios para melhorar a vida de comunidades. A Universidade tem seis times Enactus em várias unidades e campi: EEL, Esalq, FEA-RP, FZEA, USP Cidade Universitária, USP São Carlos e Faculdade de Direito.